Ex-policiais envolvidos no esquema da máfia dos caça-níqueis são condenados pela Justiça Federal
A quadrilha foi desbaratada na Operação Gladiador da Polícia Federal e provou o envolvimento de policiais civis que retardavam investigações de contraventores do jogo do bicho.
A Justiça Federal condenou contraventores e policiais envolvidos no esquema da máfia dos caça-níqueis. A Polícia Federal desbaratou a quadrilha na Operação Gladiador realizada há seis anos. Durante a investigação foi descoberto que um grupo de policiais civis recebeu propina para não reprimir o uso das máquinas de caça-níqueis. O esquema era comandado por Fernando Iggnácio de Miranda e Rogério Costa de Andrade e Silva.
Os inspetores de policia eram conhecidos como “inhos”, são eles: Jorge Luis Fernandes, o Jorginho; Fábio Menezes de Leão, o Fabinho e Hélio Machado da Conceição, o Helinho. Segundo a Polícia Federal o chefe da quadrilha era o ex-delegado e ex-deputado estadual Álvaro Lins, policial civil na época da operação.
Jorginho foi condenado pela 4° Vara Federal do Rio de Janeiro em abril deste ano, a cinco anos e quatro meses e 24 dias de reclusão em regime semiaberto, além da perda do cargo e multa. A sentença assinada pela juíza Karla Nanci Grado só pode ser publicada agora, pois o segredo de justiça foi suspenso. Também foram condenados os outros integrantes do grupo por lavagem de dinheiro e ocultação de bens. Fabinho foi condenado a seis anos de reclusão e 133 dias e multa no valor de um salário mínimo. Helinho foi condenado a cinco anos e três meses de prisão. Além dos ex-policiais foram condenados dez parentes deles, e todos poderão recorrer em liberdade.
Os imóveis, num total de 19, comprados pelos réus e registrados em nome de terceiros foram confiscados pela justiça. A Polícia Federal comprovou que o patrimônio dos “inhos” era incompatível com os seus vencimentos.
O grupo dos “inhos” retardava inquéritos policias em favor de Rogério Andrade, que lutava pela liderança dos pontos de máquinas caça-níqueis. Além disso, os ex-policiais comandavam operações contra os rivais de Rogério Andrade entre eles: Fernando Iggnácio e o ex-policial federal Paulo César Ferreira do Nascimento, o Paulo Padilha.
A disputa pelos pontos de jogo de bicho ocorreu após a morte de Castor de Andrade, que escolheu Rogério para controlar os pontos de jogo de bicho na Zona Oeste. O filho de Castor de Andrade, Paulo Roberto de Andrade virou rival do primo pelo controle dos pontos de bicho. Paulo e o segurança foram assassinados na Barra. O autor dos disparos afirmou que Rogério de Andrade seria o mandante do crime, com isso o cunhado de Paulo, Fernando Iggnácio,entrou na disputa dos pontos de bicho e desde 1990 explorava caça-níqueis na Zona Oeste. Com as quedas nos jogos de bicho, Rogério entrou para o ramo de Fernando e a guerra entre os dois só aumentou. Em 2001, deu início a operação para apreender as máquinas. Fernando e Rogério destruíam as máquinas um do outro e houve cerca de 50 mortes por causa da disputa. Neste mesmo ano, o filho de Rogério de 17anos foi morto num atentado. O rapaz dirigia a carro do pai quando uma bomba explodiu. O Atentado era para Rogério.