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Crack já chega ao interior do Estado

Apreensões crescem 620% em seis anos. Beltrame defende internação

 

Na semana passada, uma informação discutida numa reunião do Conselho Comunitário de Segurança de Itaperuna preocupou os presentes: o crack já estaria disseminado no município. A má notícia foi levada ao encontro por um policial militar, com base nas estatísticas de apreensões. Tradicionalmente um dos maiores produtores de leite do estado, além de ocupar lugar de destaque na pecuária de corte, a cidade tem cerca de 100 mil habitantes e é considerada ainda um polo estudantil no Noroeste Fluminense por sediar universidades públicas e privadas.
 
 
Crack é fabricado em laboratórios rudimentares
Beltrame defende internação compulsória de usuários de crack
 
— O crack já é uma realidade na cidade, e os traficantes atuam infiltrados entre os estudantes. Um assunto bastante sério, grave, aqui para nós. Uma realidade nova que nos levou a realizar, uma vez por mês, encontros com alunos das escolas públicas, para mostrar o perigo da droga — disse a advogada e professora aposentada Maria das Graças Santos Magalhães, presidente do Conselho Comunitário de Segurança de Itaperuna.
Fruto de uma ação perversa do tráfico internacional, que usa o refugo do refino da cocaína para produzi-lo, o crack já chegou a quase todos os municípios do Rio. A Secretaria estadual de Segurança tem em mãos um levantamento do Instituto de Segurança Pública (ISP) — responsável pelas estatísticas de criminalidade — que atesta a gravidade da situação. As análises revelam que as apreensões de crack no estado registraram um aumento de 620% em seis anos. Passaram de um total de 326 casos, em 2006, para 2.345, este ano.
No mesmo período, de acordo com o ISP, as apreensões de cocaína e maconha ficaram estabilizadas. As da primeira subiram menos de 20% (de 4.564 para 5.651). E as de maconha, que sempre representaram grandes volumes nas estatísticas, tiveram queda. Foram 8.401 apreensões, em 2006, contra 8.250, este ano.
Na opinião do próprio secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, a questão ganhou contornos de epidemia nacional, impondo ações urgentes na área de saúde, somadas ao controle das fronteiras e a soluções impopulares, como a internação compulsória.
— Eu defendo a internação compulsória. Sou favorável. A situação do usuário é muito triste e, na minha opinião, ele não tem capacidade de decidir. Perdeu a condição cidadã. Sem discernimento, vive miseravelmente entre ratos e baratas, abandonado e em situação deplorável. Basta olhar para perceber que ele precisa de acolhimento — diz Beltrame.
De SP para o Sul Fluminense
No Sul Fluminense, investigações da Polícia Federal mostram que o crack já deixa um rastro de dependentes. Traficantes estariam trazendo a droga de São Paulo para Volta Redonda, Barra Mansa, Resende e Angra dos Reis.
— É uma praga que se alastrou por aqui. Muitas vezes prendemos a mesma pessoa várias vezes e notamos que ela praticou algum delito sob efeito do crack — contou o coronel César Tanner, comandante do 5º Comando de Policiamento de Área, responsável pela segurança em 20 municípios do Sul Fluminense.
 
Fonte:oglobo.globo.com
 
 



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