Arídio Cabral Advogados Associados

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Policiais Inativos cobram apoio do Governo

Reunião da CPI que investiga a morte dos policiais, nesta segunda-feira.

Profissionais de segurança pública que foram vítimas de violência e parentes de policiais mortos cobraram apoio do Governo do Estado. Com a crise financeira do Rio, os salários dos aposentados e pensionistas não estão sendo pagos em dia. As reclamações foram feitas durante reunião, desta segunda-feira (09/05), da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) destinada a apurar as causas do grande número de mortes e incapacitações de profissionais da segurança pública.A reunião durou mais de cinco horas e contou com a participação dos deputados Wagner Montes (PRB) e Zaqueu Teixeira e Martha Rocha, todos do PDT.O policial militar aposentado Marco Antônio de Andrada Barros, que ficou tetraplégico ao tentar conter um assalto em Volta Redonda, no Médio Paraíba Fluminense, ressaltou que os inativos devem ser prioridade: "Nós não podemos ter o mesmo tratamento que os outros servidores. Nossa questão é de saúde. Nossa vida depende do nosso salário. Em abril, recebemos com 20 dias de atraso, e devido a uma liminar da justiça. Atualmente, os nossos futuros pagamentos ainda estão incertos", declarou Marco Antônio.Presidente da CPI, deputado Paulo Ramos (PSol), destacou a necessidade de valorização dos policiais. "A sociedade brasileira não deve ver o policial como um vilão. Eles são vítimas de um sistema de segurança pública ineficiente e que diariamente ocasiona a morte de civis e militares", afirmou o parlamentar.O presidente da ONG Rio de Paz, Antônio Carlos Costa, afirmou que as más condições de trabalho dos policiais e o combate às drogas são os principais responsáveis pelo grande número de morte de policiais: "O estado não pode deixar que os profissionais de segurança pública trabalhem sem equipamentos apropriados e em espaços físicos indevidos, como contêineres. A guerra às drogas também é ineficiente e gera muitas mortes. Para uma mudança profunda, as operações policiais em favelas devem ser acompanhadas de melhorias na infraestrutura local e com a implementação de novas escolas e atividades de lazer".Para o chefe de gabinete do comandante-geral da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ), coronel Victor Yunes, o grande problema da PM é a crise política e financeira que atinge o Rio e o Brasil: "Temos dificuldades porque não estamos recebendo os repasses necessários. Eu posso assegurar que todos os problemas relativos à administração da PM estão sob controle, mas precisamos que os recursos sejam disponibilizados para melhorarmos o serviço".Outras históriasDurante a reunião, vários relatos foram ouvidos pelos deputados. Fabiana Cunha Almeida, de 43 anos, viúva do soldado Thiago Machado, assassinado em abril deste ano em Niterói, reclamou da burocracia. Ela afirmou que não consegue receber a pensão do marido. "Moramos juntos por cinco anos. Tenho todos os documentos que comprovam nossa união estável. Sempre que vou ao Poupa Tempo, não consigo resolver a minha situação com o Rioprevidência. Eles informam que o Estado está em crise e que não poderão pagar a pensão que tenho direito", reclamou Fabiana.Outra vítima da violência é o agente de Polícia Civil João Jorge Pinho. Em janeiro de 1993, quando fazia uma operação na favela Amarelinho, na Zona Norte do Rio, o policial levou um tiro que o deixou paraplégico. João disse que nunca recebeu apoio do governo: "Já tive que realizar três cirurgias desde que sofri o acidente. Paguei tudo. Meus familiares e amigos me ajudam, porque tenho que arcar com as despesas do plano de saúde, dos medicamentos e das fraldas descartáveis. O Estado tinha que tratar melhor a todos que serviram pela população fluminense", afirmou o policial.

Fonte:www.alerj.rj.gov.br



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