Brasil tem alto nível de homicídio contra a mulher , segundo a OMS
Mesmo com a Lei Maria da Penha índices de violência contra a mulher ainda são altos. A pesquisa foi feita em todo o país e o Piauí foi o estado com o menor índice de violência.
O estudo complementar de violência comprovou que violência contra a mulher diminuiu após a implantação da lei Maria da Penha. As taxas de homicídio foram analisadas nos primeiros anos de sua existência, entre 2006 e 2008, e caíram visivelmente com queda de 4,6 para 3,9 mortes para cada 100 mil mulheres. Mas a eficiência da Lei não durou muito tempo, em 2008 a violência contra a mulher tornou a crescer.
Podemos comprovar isto no estudo complementar do mapa de violência de 2012. Em 30 anos, 91 mil mulheres foram assassinadas no Brasil, sendo 43,5 nos últimos 10 anos. A taxa de morte passou de 1.353 em 1980 para 4.297 em 2012, o que representa um aumento de 217,6%.
A pesquisa realizada pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfiz revelou que as atuais políticas ainda não são suficientes para conter o crescimento da violência. Ainda segundo a pesquisa, o parceiro ou ex-parceiro representa 42,5% do total das agressões. A faixa etária das mulheres agredidas varia entre 20 e 49 anos, e em 70% dos casos ocorre no ambiente familiar, ou seja, na própria residência da vitima.
A pesquisa foi feita em todo o País, e constatou que, Porto Velho, Rio Branco, Manaus e Boa Vista, são os estados mais violentos,com níveis acima de 10 mortes para cada 100 mil mulheres, seguido do Espírito Santo, com uma taxa de 9,4, homicídios a cada 100 mil mulheres. O estado com o menor índice de assassinatos foi o Piauí com 2,6 para cada 100 mil mulheres.Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil ocupa o sétimo lugar de uma lista de 80 países, com altos níveis de homicídios contra a mulher.
Com relação aos casos analisados na pesquisa, a força corporal e o espancamento são os meios mais utilizados pelos agressores,seguido de ameaça, uso de objeto perfuro cortante, objeto contundente como pedaço de pau ou ferro e enforcamento. Em 38 mil casos foi constatada que não era a primeira vez que a vitima tinha sofrido agressão.
Foto: ELZA FIÚZA/AGÊNCIA BRASIL